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Monumentos, esculturas e intervenções

Publicado: Segunda, 12 de Agosto de 2019, 15h44 | Última atualização em Segunda, 12 de Agosto de 2019, 15h57 | Acessos: 2523

Projeto traduz histórias da cidade contadas pela arte pública

imagem sem descrição.

Da Redação Foto Adolfo Lemos

A Casa das Onze Janelas e as Praças Frei Caetano Brandão e Dom Pedro II, localizadas no centro histórico de Belém, compõem um dos mais importantes pontos turísticos do Pará. Nesse local, há inúmeros monumentos e esculturas públicas que retratam períodos históricos e contemporâneos de vários sujeitos sociais.

Espaços como esses, por representarem certas épocas, serviram de embasamento para o Projeto de Pesquisa “Esculturas permanentes, instalações efêmeras, intervenções: tipologias e relações da arte pública no espaço urbano de Belém”, do professor Ubiraélcio Malheiros, do Instituto de Ciências da Arte, da Universidade Federal do Pará.

A pesquisa realizou um estudo que compreende o século XX até o início do século XXI, período que envolve o Ciclo da Borracha, a urbanização, o embelezamento, o surgimento de novos monumentos e as esculturas públicas modernas em Belém, ou seja, há duas cidades diferentes: uma antiga e uma nova, que convivem juntas, com monumentos antigos e modernos.

O projeto teve como objetivo “estudar a arte pública em Belém, por meio da imagem da cidade, isto é, mostrar como a imagem da cidade se constrói e exibe a ideologia da época. Desde o início dos tempos, os monumentos são uma maneira de comunicação e de ensino que refletem o seu tempo. Hoje acontece do mesmo jeito, mas com outros materiais”, afirma o professor Ubiraélcio Malheiros.

A pesquisa trabalha o conceito de “Arte Pública” como uma manifestação artística que surge no espaço público. Ela pode ser representada por monumentos, que são mais tradicionais, ou esculturas modernistas. Em Belém, esse termo é mais conhecido como intervenção urbana, em referência à arte mais recente, como a performance artística.

Inicialmente, o pesquisador utilizou para o registro fotográfico e histórico parte do Centro Histórico, o Jardim de Esculturas do Instituto de Artes do Pará (IAP) e o Mangal das Garças. Num segundo momento, a pesquisa se centralizou no Píer da Casa das Onze Janelas, na Praça Frei Caetano Brandão e na Praça Dom Pedro II. Nesses lugares, o conceito de arte pública foi usado como recurso pedagógico, referindo-se a uma nova maneira de ver a cidade.

Grandes avenidas e vegetação abundante criam contexto atípico

Belém se insere nesse contexto por ser atípica em relação a outras cidades. Para o professor Ubiraélcio Malheiros, ela é “a nossa Amazônia urbana. O centro histórico, as avenidas Presidente Vargas e Nazaré, a vegetação, tudo isso compõe uma cidade muito diferente. Além disso, ela possui muitos monumentos. A imagem da cidade é feita por essa arquitetura, por essas obras de artes”.

A pesquisa utiliza algumas referências para discutir o conceito de arte pública. Como o monumento, que é construído com pedestal para sustentar uma estátua ou coluna e possui função comemorativa destinada a homenagear alguém; a obra de lugar específico, que tem a função de transformar um determinado espaço; e a arte crítica, que faz referência a uma arte politizada, que discute o espaço ou propõe uma ideologia.

O entendimento metodológico de arte pública como um recurso pedagógico e a parceria com a Fundação Nacional de Artes (Funarte) representam algumas conquistas deste estudo, além da confecção de uma cartilha contendo explicações da arte pública da Cidade Velha e de um DVD visando atrair as crianças/adolescentes a conhecerem esses temas.

Uma nova etapa da pesquisa fará um levantamento teórico de artistas que trabalharam com intervenção urbana nos últimos 10 anos. Nesse sentido, serão mapeadas as performances, as instalações que criam um cenário para o público interagir e outras manifestações de arte urbana.

Assim, tanto a academia universitária quanto a sociedade se beneficiam, pois, na visão do professor Ubiraélcio Malheiros, o projeto “mostra como a arte pública está contando as histórias da cidade. E o principal ganho é você chamar atenção das pessoas para perceberem aquilo que está no cotidiano. E essa arte pública vem com um discurso ideológico, que está por trás da construção da cidade e da própria paisagem da universidade”.

Ed.150 - Agosto e Setembro de 2019

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