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Inclusão por meio da música

Publicado: Quarta, 21 de Fevereiro de 2018, 12h00 | Última atualização em Quarta, 21 de Fevereiro de 2018, 15h13 | Acessos: 2508

Pesquisa propõe metodologia que atenda a alunos com dislexia

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 Por Amanda Nogueira Fotos Acervo da Pesquisa

A dislexia é um distúrbio que se caracteriza por dificuldades específicas na realização da leitura e da escrita. A pesquisadora Letícia Silva e Silva, do Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes), do Instituto de Artes da UFPA, dedicou sua dissertação Inclusão em educação musical: uma proposta de adaptação metodológica para disléxicos a investigar adaptações metodológicas necessárias ao aprendizado musical e desenvolvimento da linguagem de disléxicos, possibilitando a criação de novas estratégias e possibilidades de aprendizado para esses alunos. O estudo foi realizado sob orientação do professor Áureo de Freitas Junior.

Do estudo, participaram 12 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 14 anos.  Para trabalhar o conteúdo teórico aliado ao prático do instrumento violoncelo, foi preciso adaptar um tiposcópio (guia de leitura), que servia para selecionar trechos da partitura a ser estudada. “Para prender o tiposcópio, utilizei presilhas de cabelo coloridas e associei cada nota musical a uma tonalidade de cor: a nota ‘dó’ com a cor vermelha, a nota ‘ré’ com a cor laranja, a nota ‘mi’ com a cor amarela e assim por diante”, explica Letícia Silva.

Outra adaptação necessária foi em relação ao material didático usado pelos alunos com dislexia. “As notas eram pintadas na partitura conforme as cores assinaladas no tiposcópio, para auxiliar o processo de leitura e execução da música no instrumento”, esclarece a pesquisadora. Além disso, também foram usadas placas didáticas com imagens ou símbolos musicais sistematizados de acordo com os conteúdos a serem apreendidos.

“Antes da adaptação, alguns sentiam dificuldades em compreender a leitura das notas nas partituras”, relata Letícia. A presença de dois monitores auxiliando os alunos sempre que necessário, além do professor regente em sala de aula também contribuíram para o melhor rendimento das crianças.

Avaliações regulares confirmaram aprendizado

Para avaliar o desempenho dos participantes, foi feita uma avaliação de linha de base para verificar o conteúdo que cada estudante possuía. Para isso, foi utilizada a Escala de Avaliação do Aprendizado Musical (EAAM). “A EAAM foi reaplicada mais duas vezes: uma, durante; e outra, no final do aprendizado, com o intuito de verificar o desempenho dos alunos”, explica Letícia Silva e Silva. Para avaliar o rendimento musical, foram utilizadas duas Avaliações Teórico-Musicais denominadas ATM I e ATM II, com o objetivo de verificar o desenvolvimento dos disléxicos quanto ao conteúdo teórico.

Os alunos demonstraram ter algum conhecimento teórico dos símbolos ou códigos musicais em todas as avaliações. Na Escala de Avaliação do Aprendizado Musical, a maioria obteve desempenho crescente quanto ao ensino coletivo de violoncelo. Já as Avaliações Teórico Musicais I e II verificaram que é possível os disléxicos aprenderem a leitura e a escrita musical para o progresso no instrumento, evitando a estagnação ou a desistência do aluno.

A autora ainda destaca a influência do aprendizado musical no processo de leitura e escrita de alunos com dislexia, pois estimula as habilidades mais comprometidas pelo transtorno. Letícia Silva entende que a pesquisa está longe de ser um modelo ideal de intervenção, mas ela espera que, com a compreensão da condição de uma pessoa com dislexia, profissionais de diferentes áreas defendam a assistência multidisciplinar, possibilitando novas estratégias e novos modelos de ensino.

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