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Opinião

Publicado: Terça, 28 de Setembro de 2021, 18h49 | Última atualização em Terça, 28 de Setembro de 2021, 18h49 | Acessos: 1764

Minidicionário Digital da Língua de Sinais Munduruku

imagem sem descrição.

Por Ivanilton Ferreira Ilustração CMP

Sabemos que há muitos desafios no contexto educacional brasileiro, e um deles é a criação de políticas públicas inclusivas, como a formação de profissionais que possam garantir acessibilidade educacional e comunicacional de indígenas surdos que utilizam línguas de sinais diferenciadas da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Por conta dessa diferenciação, é essencial que as Línguas de Sinais praticadas nas comunidades indígenas sejam registradas e divulgadas. Além do respeito às diversas etnias e da valorização destas, elegem novas demandas para os governos no que se refere à conquista e à manutenção de direitos básicos.

Na pesquisa que desenvolvi, intitulada Minidicionário Digital da Língua de Sinais Munduruku, no Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior (PPGCIMES-UFPA), sob orientação das professoras doutoras Arlete Marinho Gonçalves e Maria Ataide Malcher, tive como objetivo contribuir com o processo de formação de professores para a aquisição da Língua de Sinais utilizada na aldeia Karapanatuba, no município de Jacareacanga, no Pará.

A proposta nasceu com as discussões que tive em sala de aula com os alunos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), nas quais ouvi relatos sobre a ausência de profissionais especializados em Línguas de Sinais que acompanhem e orientem os professores que atuam em escolas de aldeias indígenas, sobre quais são as adaptações necessárias nas atividades e nos materiais didáticos para atender às especificidades de ensino e aprendizagem dos alunos surdos.

A preocupação com a educação escolar indígena, desde então, associou-se à necessidade de atenção à inclusão de surdos no contexto educacional, assegurando aos professores e aos alunos a proposição de estratégias para o enfrentamento das dificuldades e o reconhecimento das possibilidades facilitadoras da inclusão e, consequentemente, dos processos de comunicação, ensino e aprendizagem, com a utilização da língua materna (indígena e de sinais para pessoas surdas).

O Minidicionário Digital da Língua de Sinais Munduruku (LSM) que criamos é produto de uma pesquisa aplicada, inédita no Brasil, com a etnia Munduruku. Ele foi baseado na realidade dos indígenas e contou com a participação ativa desses sujeitos em sua construção. É um resultado que contribui com a construção de novos conhecimentos e com a melhoria dos relacionamentos interpessoais. Trabalhos como este são importantes e precisam ser, cada vez mais, incentivados, pois têm o potencial de contribuir para a aquisição e o compartilhamento de saberes culturais e tradicionais, mas, sobretudo, garantem a inclusão social de povos que são historicamente marginalizados, primeiramente como indígenas, mas também como integrantes da comunidade surda.

Ivanilton Ferreira – Professor substituto da UEPA, vinculado ao Departamento de Educação Especializada. Mestre em Ensino (UFPA) e especialista em Língua Brasileira de Sinais (FAEL), amante da Língua de Sinais e da cultura dos povos indígenas, em especial os Munduruku. E-mail: ferreiranilt@gmail.com

Beira do Rio 160

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