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O museu na era digital

Escrito por Beira do Rio | Publicado: Sexta, 11 de Agosto de 2017, 16h15 | Última atualização em Sexta, 11 de Agosto de 2017, 18h14 | Acessos: 3938

MUFPA usa redes sociais para divulgar atividades e atrair público

Por Amanda Nogueira Fotos Acervo do Pesquisador

O Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) foi criado na década de 1980 para servir como um local de valorização da produção artística regional e nacional. Atualmente, o MUFPA procura utilizar as redes sociais para se aproximar do público e garantir a sua presença nos eventos que promove. Para analisar de que forma ocorre essa interação, a pesquisadora Lucimery Ribeiro de Souza apresentou a dissertação O museu na era virtual: uma análise sobre os processos comunicativos on--line do Museu da UFPA, ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCom/ILC), sob orientação da professora Danila Gentil Rodriguez Cal Lage.

De acordo com a pesquisadora, o museu possui uma função social que o caracteriza como tal: dialogar suas narrativas com a sociedade. Essa intersecção pode romper os pré-conceitos do que se entende por museu. É necessário que ele crie, com base em seu acervo, uma narrativa pela qual a comunidade se sinta representada, caso contrário, a instituição museológica continuará entendendo o público apenas como receptor e vai se caracterizar como um espaço autocrático e contemplativo, desconsiderando as experiências de quem o visita.

A exposição é a maneira mais conhecida e direta de o museu se relacionar com a população, porém existem outras formas de interação. “O museu não vai se restringir àquele espaço expositivo que estamos acostumados a ver. Ele pode realizar outras atividades com a sociedade”, esclarece a pesquisadora. Partindo disso, a pesquisa de Lucimery analisou as dinâmicas que se estabelecem no espaço virtual.

O estudo foi qualitativo,  baseado no método de Laurence Bardin para análise de conteúdo dos dados. “Coletamos dados tanto nas redes sociais quanto por meio de entrevistas com os profissionais do MUFPA e profissionais externos, para adquirir o máximo de informação possível”, informa Lucimery. Para as entrevistas, foi utilizado um roteiro semiestruturado e, para coletar as informações nos perfis oficiais do Museu no Facebook e no Instagram, a pesquisadora usou uma ficha elaborada para esse fim.

Conteúdo regional é o que mais chama atenção

No Facebook, a pesquisadora analisou o perfil e a fanpage do MUFPA. Ela percebeu que a fanpage recorre, quase sempre, à estratégia de compartilhamento do que já havia sido publicado no perfil. No perfil do Facebook, frequentemente, o conteúdo compartilhado é pensado para o Instragram. “Eles fazem uma publicação inicial no Instagram, com cenas da montagem de uma exposição ou com a reprodução de uma obra, e essa postagem é compartilhada no perfil do Facebook. O mesmo conteúdo acabava sendo compartilhado na fanpage, ou seja, eles pensam a publicação apenas para uma mídia, deixando as outras de lado”, avalia Lucimery Souza.

Essa falta de estratégia é um problema gerado pela ausência de profissionais efetivos trabalhando no setor de comunicação do museu. A pesquisadora explica que, como não existe uma equipe técnica fixa e ajustada às demandas institucionais, as ações comunicativas do MUFPA não possuem continuidade. “É possível perceber que não há um cuidado na elaboração dos textos e no recorte da imagem que vai ser publicada”, relata a pesquisadora. Apesar disso, há de se ressaltar a contribuição e o empenho dos profissionais no uso das redes sociais, embora não seja a área de formação de muitos deles.

Quanto aos conteúdos, a pesquisa constatou que as publicações mais curtidas, compartilhadas e comentadas pelo usuário são as que abordam questões regionais. “O público procura um conteúdo mais regional, ele gosta de ter informações sobre a cultura local”, conclui Lucimery. Para a pesquisadora, a manutenção de postagens sobre esse universo pode propiciar a ampliação e o fortalecimento dos laços estabelecidos virtualmente, levando-os ao espaço físico do museu.

Essa inferência é apenas uma das considerações realizadas na pesquisa. O trabalho amplia o olhar para o potencial que o MUFPA apresenta como meio de comunicação, além de indicar a necessidade de outros estudos que relacionem Comunicação e Museologia, principalmente na Região Norte.

Ed.138 - Agosto e Setembro de 2017

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