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Estudo faz diagnóstico de Cotijuba

Publicado: Terça, 26 de Julho de 2016, 18h59 | Última atualização em Sexta, 26 de Agosto de 2016, 15h10 | Acessos: 3036

Geoturismo é atividade mais adequada para o desenvolvimento local

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Por Daniel Sasaki Foto Fernando Nobre / ASCOM SEDUC

Vá até o porto de Icoaraci na Região Metropolitana de Belém e pegue um barco. Em 15 minutos, você estará em Cotijuba. Praias paradisíacas e uma área verde de encher os olhos estarão à sua espera. A ilha foi batizada com esse nome pelos seus primeiros moradores, índios da etnia Tupinambá. Cotijuba, em tupi, quer dizer "trilha dourada", nome dado por conta das inúmeras falésias amareladas que compõem a morfologia da ilha.

Além da beleza natural, Cotijuba também tem história. Durante a ditadura militar, foi construída uma penitenciária que transformou o espaço em uma ilha-presídio, recolhendo condenados e presos políticos. O presídio foi desativado em 1977, mas as ruínas estão presentes até hoje.

Apesar da sua beleza natural e da importância histórica, a ilha não possui uma infraestrutura adequada para receber turistas. Com o intuito de entender a morfologia do ambiente insular de Belém e melhorar a estrutura de Cotijuba, o pesquisador Adriano Dias Borges elaborou a Dissertação Diagnóstico da Geodiversidade da Ilha de Cotijuba – Contribuições para análise de implantação de infraestrutura e Geoturismo, defendida no Programa de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia (PPGDAM)/Numa, sob orientação do professor Ronaldo Lopes Mendes.

"Entre as diversas ilhas da região, escolhi Cotijuba por ela ser a maior e a mais urbanizada. Quando realizamos um estudo, procuramos fazer onde há uma população que será afetada pelos resultados. O meu objetivo era melhorar a infraestrutura local considerando a preservação e a conservação", afirma o pesquisador. A pesquisa buscou compreender a geodiversidade de Cotijuba, ou seja, como a paisagem se apresenta no ambiente por meio de colinas, praias ou falésias.

"O estudo se baseia nos aspectos físicos para propor melhorias na infraestrutura. Os resultados mostraram que é possível implementar um trapiche novo para receber visitantes, além de pavimentar a avenida principal, que liga o trapiche à outra ponta da ilha. Essas mudanças podem melhorar a qualidade de vida dos moradores e também dos visitantes", explica Adriano.

Plano de Manejo protegeria a Ilha da ocupação desordenada

Entre os aspectos observados, estão o uso e a ocupação do solo. “Cotijuba está sendo ocupada indevidamente em áreas próximas a cursos d’agua, como lagos, o que representa um risco para a vida humana por causa da erosão”, afirma Adriano Borges. Esse uso indevido do solo poderia ser evitado se a ilha estivesse enquadrada como Área de Proteção Ambiental (APA). Apesar de ser considerada uma APA pela legislação federal, isso não ocorre na legislação municipal.

“No município, houve um Plano Diretor que não foi aprovado e as discussões foram abandonadas. Se fosse uma Área de Proteção Ambiental, a Ilha teria um Plano de Manejo dizendo quais atividades poderiam ser realizadas no local. Eu recomendo que essa discussão seja retomada”, afirma o pesquisador.

Por se tratar de um espaço em que a preservação e a conservação precisam estar em harmonia com qualquer atividade realizada, é necessário que o turismo também esteja adequado a essa realidade. Por esse motivo, Adriano Borges aponta o Geoturismo como a melhor forma de conservar os aspectos físicos e naturais de Cotijuba.

No Geoturismo, o turista adquire conhecimento da Geologia e da Geomorfologia do local ao mesmo tempo em que aprecia a sua beleza estética. A visitação turística é realizada de modo sustentável, valorizando a cultura e as populações locais. “Geramos emprego ao treinar a população local para ser guia de turismo. Com o aumento do fluxo de turistas, aumentam, também, as vendas em restaurantes e estabelecimentos comerciais”, avalia Adriano.

Para o pesquisador, Cotijuba possui um alto potencial de crescimento turístico, mas é necessário cuidado e cautela. “É necessário regulamentar as atividades ou as pessoas continuarão ocupando o local indevidamente, o que poderá causar a queda na qualidade de vida da população local”, conclui.

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