Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate

Portuguese English Spanish

Opções de acessibilidade

Página inicial > 2020 > 157 - dezembro, janeiro e fevereiro > Exclusivo Online > Cartilha propõe reflexões sobre atividades acadêmicas durante a pandemia
Início do conteúdo da página

Cartilha propõe reflexões sobre atividades acadêmicas durante a pandemia

Publicado: Sexta, 29 de Janeiro de 2021, 22h21 | Última atualização em Sexta, 29 de Janeiro de 2021, 22h48 | Acessos: 1153

Pesquisadores ouviram alunos, professores e técnicos de universidades públicas paraenses

imagem sem descrição.

Por Adrielly Araújo, com edição de Rosyane Rodrigues Foto Alexandre de Moraes

Desde a descoberta do novo coronavírus, em dezembro de 2019, a vida humana sofreu mudanças drásticas. Isolamento social, desemprego em larga escala e grande número de mortes são alguns dos impactos com os quais a sociedade tem lidado durante a pandemia. Com a comunidade acadêmica, não é diferente. Esses impactos somados a outras preocupações podem aumentar sentimentos nocivos, como ansiedade, irritabilidade, estresse, tristeza, insônia, entre outros.

Para dar voz a quem vem sendo diretamente atingido pelas medidas sanitárias, entre elas, as que dizem respeito ao retorno das atividades presenciais, o Grupo de Pesquisa do Laboratório de Soluções Educacionais, da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceira com a Faculdade de Psicologia (FAPSI), o Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento (PPGTPC) e o Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Comportamento (PPGNC); e o Grupo de Pesquisa Gamificação Aplicada aos Métodos de Ensino e à Saúde (G.A.M.E.S), da Universidade do Estado do Pará (UEPA), realizaram pesquisa sobre a saúde física e mental de membros da comunidade acadêmica.

“O primeiro objetivo é instrumentalizar as gestões universitárias, por meio de uma cartilha, no planejamento do retorno presencial, quando este for ocorrer. O segundo é dar voz à comunidade, com o foco em suas vivências, sentimentos, expectativas e, especialmente, nas dificuldades impostas pelo cenário pandêmico”, explica a professora Aline Beckmann Menezes, coordenadora do Projeto Laboratório de Soluções Educacionais da UFPA.

A primeira etapa da pesquisa foi realizada de forma virtual, utilizando a Plataforma on-line Google Forms, de modo a alcançar o público-alvo ainda durante o período de isolamento social. O formulário foi divulgado nas redes sociais, preferencialmente, em grupos direcionados aos membros de comunidades acadêmicas de Instituições de Ensino Superior públicas.

O formulário era composto de uma parte comum a todos os participantes e uma parte específica à categorização (graduando, pós-graduando, servidores docente e técnico-administrativo). Possuía questões objetivas e discursivas e ficou disponível para o preenchimento por 15 dias, durante o mês de julho.

Cartilha com os resultados da pesquisa foi validada

“Após a exclusão de respostas incompletas e repetidas, obtivemos 1.995 respostas válidas, com representantes de todas as categorias (1.555 graduandos, 193 pós-graduandos, 163 docentes e 84 técnicos administrativos), das instituições UFPA, UEPA, Instituto Federal do Pará (IFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)”, conta Aline Menezes.

Os dados quantitativos foram analisados por meio de estatística descritiva; e os qualitativos, com o uso do IRaMuTeQ (software de análise textual). Após a análise dos dados, outras pesquisas e materiais foram utilizados para fundamentar a discussão. Os dados foram discutidos em equipe, contextualizados com a literatura atual e organizados de modo a compor a base para o texto da cartilha.

Após a versão preliminar pronta, a cartilha foi enviada para validação. Essa etapa também foi realizada a distância, via e-mail. Foram contatados três membros de cada categoria, resultando em 12 juízes. Apenas 10 deram retorno, aprovando 98,6% da cartilha. As sugestões de modificação foram incorporadas na versão final do trabalho.

Os resultados, relativos ao contexto da pandemia até julho de 2020, indicam que a comunidade pesquisada cumpriu o isolamento social com bastante rigor, tendo pouco contato físico com pessoas além dos residentes de sua própria casa. Ainda assim, muitos adoeceram e/ou precisaram cuidar de familiares adoecidos, bem como precisaram lidar com o luto.

Esse cenário, aliado às demandas de atividades domésticas e ao trabalho remoto, resultou no relato de quadros elevados de estresse e ansiedade. “Achamos preocupante a disparidade referente ao apoio recebido pela Instituição: enquanto quase a totalidade dos técnicos administrativos se sentiu amparada, o corpo discente afirmou não sentir apoio de docentes ou da direção de suas respectivas faculdades”, revela a professora Aline Menezes.

Este dado pode ser associado a outro resultado: o que indica vontade de abandonar o curso, antecipando um índice de evasão que merece atenção dos gestores. Quanto ao retorno às atividades presenciais, a maioria se posicionou contrária ao retorno enquanto não se sentisse seguro. O retorno foi associado aos sentimentos de angústia, ansiedade e medo. Ainda assim, houve muitos relatos sobre a saudade da vida na comunidade acadêmica, do contato com os pares e da rotina.

À época da coleta dos dados, a UFPA ainda não tinha aprovado a retomada das atividades acadêmicas no formato de Ensino Remoto Emergencial, o que ocorreu em agosto de 2020.

Planejamento deve incluir toda a rotina institucional

Transporte público, restaurantes universitários, bibliotecas, entre outros espaços, foram apontados como os que mais preocupam quando se fala em evitar aglomeração. Isso indica que o planejamento de retorno deve incluir todos os aspectos da rotina institucional e não ser restrito às salas de aula e aos laboratórios.

A cartilha destaca orientações referentes a medidas pontuais, programas e serviços que podem ser adotados pelas instituições para o enfrentamento das realidades encontradas durante a pesquisa. Ao final, essas orientações foram sintetizadas em tópicos: necessidade de acolhimento emocional e atendimento psicológico individual e/ou em grupo; retomada gradual das atividades, favorecendo o estabelecimento de uma relação de confiança e a sensação de segurança; e o desenvolvimento de programas sanitários que abranjam aspectos de educação e de higienização dos ambientes.

Em dezembro de 2020, o Conselho Superior de Administração aprovou Resolução que estabelece bandeiras para indicar a condição epidemiológica e as orientações de biossegurança a serem adotados nos campi universitários conforme o contexto da pandemia em cada município onde a instituição tem sede. No momento, as atividades presenciais seguem suspensas.

Leia também:

A cartilha está disponível em: https://ascom.ufpa.br/links/outros/CartilhaReflexoes.pdf

Para acompanhar as informações e as orientações da Universidade Federal do Pará sobre o novo coronavírus, acesse: https://coronavirus.ufpa.br/

 Beira do Rio edição 157

Adicionar comentário

Todos os comentários estão sujeitos à aprovação prévia


Código de segurança
Atualizar

Fim do conteúdo da página