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Livro incentiva performances artísticas com temas amazônicos

Publicado: Quinta, 01 de Setembro de 2022, 16h17 | Última atualização em Segunda, 12 de Setembro de 2022, 17h22 | Acessos: 481

Distribuída na rede pública, a obra traz sugestões de músicas, figurino e cenografia.

Por João Freitas Foto Alexandre de Moraes

Um material didático que busca na cultura dos povos amazônicos a inspiração para trazer o canto, a dança, os brincares e os jogos cênicos para o contexto da educação formal e não formal. Essa é a proposta do livro Brinquedo Cantado da Amazônia: lendas, música, teatro, dança, figurino e cenografia - Volume 1, lançado em junho, que está sendo distribuído gratuitamente nas escolas da rede pública de ensino básico. A obra foi pensada para auxiliar os educadores a desenvolverem os contos regionais em pequenas performances artísticas que abraçam a musicalidade, o figurino e a cenografia de modo prático e sensível.

O material didático foi estruturado pelo Projeto de Extensão Metodologia de Ensino: o lúdico na prática dos professores de educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, do Instituto de Ciências das Artes (ICA), da Escola de Teatro e Dança, da Faculdade de Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com o Núcleo de Pesquisa Infâncias Amazônicas: arte, cultura e educação de crianças em diferentes contextos (Nupeia). O livro foi organizado pelos professores Simei Andrade, Lúcia Uchôa, Mayrla Ferreira, Ézia Neves, Anibal Pacha, Marluce Oliveira e Jaime Amaral. 

Em suas mais de 150 páginas, a obra aborda diferentes temas ligados ao território amazônico, como a cidade de Belém (PA), o boto, a chuva, a manga, o miriti, a vitória-régia, além de lendas do folclore regional, como o Curupira, a Matinta Pereira, o Uirapuru e muitas outras. Cada tema é desenvolvido de maneira prática, apresenta cantigas escritas e suas partituras cifradas, uma proposição de composição coreográfica com figurino, ideias para uma encenação e cenário. O objetivo é orientar o educador durante o processo da produção artística.

A obra se desenvolveu em oficinas ministradas por docentes da UFPA nas áreas de dança, teatro, música, cenografia e contação de histórias. Professores da rede pública de ensino da Região Metropolitana de Belém partilhavam estudos sobre temáticas amazônicas: lendas, fauna e flora; modos de comunicação e expressões corporais. Os docentes da UFPA passaram, então, a desenvolver pesquisas sobre esse universo com os professores da rede pública de ensino. Os resultados dessas pesquisas serviram de base para o livro Brinquedo Cantado na Amazônia.

Performances podem ser desenvolvidas com públicos de todas as idades

Apesar de, inicialmente, o material didático ter sido pensado para o público infantojuvenil, percebeu-se que ele pode ser desenvolvimento com todas as faixas etárias. A importância do trabalho é propagar as origens amazônicas, apresentando lendas, causos, fauna, flora, cheiros e sabores para o público de todas as idades.

“O maior impacto do livro será levar às escolas públicas um modo de ser e estar na Amazônia. Apresentar um repertório de lendas, músicas e danças paraenses com possibilidades de figurino para cada canção e ritmo, além de cenários que podem ser elaborados com materiais de baixo custo. Tudo isso pode ser desenvolvido na escola, não apenas pelos professores de Artes, mas também por todos os que se preocupam com a cultura dos povos amazônicos, com uma visão interdisciplinar”, afirma Simei Andrade, uma das organizadoras do projeto.

Além do livro, o material didático acompanha um CD com 16 faixas interpretadas pelo quarteto Ellegbara (Douglas Rodrigues, Jean Souza, Lennon Bendelak e Letícia Fonseca) e a cantora Gigi Furtado, como convidada especial. As músicas também estão disponíveis nas plataformas digitais Spotify e Deezer, no álbum nomeado “Brinquedo Cantado da Amazônia”.

O livro apresenta 16 capítulos. São eles: “Belém, joia do Pará”, “Cheiro Cheiroso”, “Rio Amazonas”, “Raças e Raízes”, “Manga”, “Miriti”, “Chuva”, “Lamento da Amazônia”, “Lendas amazônicas”, “Lenda do açaí”, “Boto cor-de-rosa”, “O Boto”, “Uirapuru”, “Vitória-Régia”, “Matinta Perera” e “Curupira”.

Sugestão para a lenda do açaí - Entre os ritmos regionais que compõem a obra, estão o carimbó e o lundu. Na canção Lenda do Açaí, composta por Heberton Lobato, Lúcia Uchôa, Simone Mouta, Juhlly Moraes, Rosangela Cohen, Rosemary Andrade e Welia Araújo, a letra apresenta a lenda de um cacique que realiza um sacrifício para que sua tribo tenha o que comer. Segundo o conto, o fruto do açaí surge dessa forma. Para a coreografia, sugere-se que a formação inicial seja em pirâmide, com braços sobre os ombros do colega ao lado. Em seguida, os dançantes se organizam em uma roda, acompanhando com pisadas no chão o ritmo da entoada indígena. Por fim, espalham-se por todo o palco, com braços erguidos, celebrando a colheita do açaí. O figurino sugerido é composto por roupas simples de algodão cru, adereços de miçanga e sementes, com pinturas faciais em tons vermelhos. Para o cenário, o livro propõe uma floresta, com árvores altas e exuberância de plantas e tons verdes. Cada aspecto foi pensado para facilitar a organização da apresentação e a produção pelos educadores. Mas o figurino, a coreografia, a cenografia e a encenação podem ser alterados pelo coordenador da apresentação.

Beira do Rio edição 163

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