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Hanseníase cresce no Pará

Publicado: Sexta, 12 de Agosto de 2016, 16h59 | Última atualização em Terça, 16 de Agosto de 2016, 17h36 | Acessos: 1828

80 mil pessoas foram diagnosticadas nos últimos 20 anos

imagem sem descrição.

 

Por Daniel Sasaki Foto Acervo do Projeto

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria, o Mycobacterium leprae. Acredita-se que seja transmitida de pessoa para pessoa, por via aérea superior (boca e nariz). A doença está associada às desigualdades sociais, pois afeta, principalmente, as populações mais pobres das regiões mais carentes de infraestrutura e saneamento básico. As pessoas que convivem com um indivíduo que está com hanseníase e sem tratamento apresentam maior risco de adoecimento quando comparadas à população em geral.

Para compreender melhor o quadro da doença no Pará e buscar uma estratégia inovadora para detectá-la precocemente, o professor Josafá Gonçalves Barreto, do Campus de Castanhal da Universidade Federal do Pará (UFPA), elaborou o Projeto de Pesquisa “Epidemiologia espacial da hanseníase e detecção precoce de casos novos entre escolares no Pará”. O grupo é composto por pesquisadores da UFPA, da UFOPA, da USP/Ribeirão Preto, do Colorado State University (EUA), do Emory Universtity (EUA) e da Unidade de Referência Estadual Marcelo Cândia, referência em Hanseníase no Pará. O projeto tem financiamento do CNPq.

Josafá Gonçalves Barreto explica que os sinais da hanseníase estão localizados, principalmente, nas mãos, nos pés, na face, nas orelhas, nas costas, nas nádegas e nas pernas. “Os sintomas podem ser manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas com alteração de sensibilidade, área de pele seca e com falta de suor, ou com queda de pelos, incluindo os das sobrancelhas, também área da pele com perda ou ausência de sensibilidade. Neste caso, pode ocorrer de uma pessoa se queimar no fogão e só perceber a lesão avermelhada da queimadura mais tarde”, explica o professor.

“Os tipos, ou formas clínicas da hanseníase, dependem da resposta imunológica dos indivíduos. Existem formas paucibacilares, com poucos bacilos, e formas multibacilares, com muitos bacilos. Quanto mais adequada for a resposta imunológica do indivíduo, menor será a multiplicação do M. leprae no seu organismo e, consequentemente, menos grave será a doença”, esclarece o pesquisador.
O tratamento é realizado com um conjunto de antibióticos padronizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), distribuído gratuitamente nos postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento é realizado por seis ou doze meses, dependendo do tipo da doença.

Pesquisadores estão desenvolvendo teste específico para a doença

Josafá Barreto destaca que o Brasil ainda não conseguiu alcançar a meta de controle da doença, estabelecida pela OMS, de até um caso para 10 mil habitantes. A distribuição da hanseníase no Brasil não apresenta uniformidade, existindo a formação de aglomerados de casos em algumas regiões do País.

No Pará, mais de 80 mil casos de hanseníase foram diagnosticados nos últimos 20 anos e, ainda hoje, o Estado possui coeficiente de detecção anual de aproximadamente 50/100.000 habitantes (três vezes superior à média nacional). “A doença permanece como um grave problema de saúde pública no Pará. Além disso, nossos estudos indicam uma alta taxa de prevalência oculta e de infecção subclínica pelo M. Leprae entre crianças e adolescentes”, revela o pesquisador.

Baseado na literatura e na sua experiência, o professor aponta algumas hipóteses que explicam o cenário atual. “A doença faz parte do programa de atenção básica à saúde no SUS, entretanto é baixa a taxa de cobertura da Estratégia de Saúde da Família no Estado. Apenas 54% da população é atendida por esse serviço. Também há a insegurança dos profissionais da saúde na atenção básica para realizar o diagnóstico da doença, a pobreza e o baixo Índice de Desenvolvimento Humano do Estado”.

Profissionais experientes estão realizando um intenso trabalho de campo e de coleta de dados. Nos municípios, foram visitadas famílias de pessoas que tiveram hanseníase para examinar os seus contatos intradomiciliares. Também foram realizadas visitas em escolas públicas para examinar os estudantes entre 6 e 18 anos. Foram feitos exames físico, dermatológico e neurológico, além da coleta de material biológico para detecção de infecção por meio de exames laboratoriais.

“Continuamos realizando a busca por novos casos e também estamos desenvolvendo um teste diagnóstico que seja sensível e específico para a doença”, conclui o pesquisador.

Ed.132 - Agosto e Setembro de 2016

Comentários  

0 #1 MARCELO NAZARETH 24-06-2017 19:08
Existem tratamentos homeopáticos que são efetivos con contra a hanseniase. Quando iremos vencer o preconceito pseudocientifico e salvar pessoas da dor ?
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