Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate

Portuguese English Spanish

Opções de acessibilidade

Início do conteúdo da página

Meninas na Ciência

Publicado: Sexta, 11 de Fevereiro de 2022, 13h30 | Última atualização em Sexta, 25 de Fevereiro de 2022, 17h17 | Acessos: 1156

Redes Sociais são analisadas como recurso metodológico para pesquisa científica 

#ParaTodosVerem: Fotografia mostra uma mulher branca, jovem, de cabelos e olhos pretos.  Ela usa óculos e veste uma blusa de manga curta, na cor preta. Ela está sentada, com o braço direito apoiado sobre um notebook; e o esquerdo, flexionado, com a mão apoiando o queixo. No fundo, uma parede de cor clara, ilustrada com desenhos coloridos e abstratos.
#ParaTodosVerem: Fotografia mostra uma mulher branca, jovem, de cabelos e olhos pretos. Ela usa óculos e veste uma blusa de manga curta, na cor preta. Ela está sentada, com o braço direito apoiado sobre um notebook; e o esquerdo, flexionado, com a mão apoiando o queixo. No fundo, uma parede de cor clara, ilustrada com desenhos coloridos e abstratos.

Por Antonia Ribeiro, especial para o Beira do Rio Foto Alexandre de Moraes 

A presença da internet na vida das pessoas, desde o seu surgimento, tem levantado diversos questionamentos, principalmente a respeito do tempo gasto na rede. No documentário O Dilema das Redes, produzido pela Netflix, criadores e diretores das redes sociais mais usadas no mundo reforçam a ideia de que o objetivo dessas plataformas é fazer com que as pessoas passem o maior tempo possível utilizando seus serviços e, para isso, contam com a ajuda de informações que o próprio usuário fornece, além de utilizarem estratégias para prender sua atenção.

Esse aspecto pode parecer negativo, mas, quando as redes são usadas de maneira estratégica, como em pesquisas científicas, podem ser grandes aliadas e trazer benefícios para a comunidade acadêmica, não só na divulgação, mas também em seus processos metodológicos, pois, além de serem potenciais disseminadores de informação, oferecem ambientes propícios à interação entre pesquisadores(as) e pesquisados(as). 

De modo a contribuir para a sistematização dos usos das redes sociais em processos metodológicos de pesquisas, Rebeka Katellen Santos do Nascimento, aluna de Graduação em História e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade Federal do Pará, realizou a pesquisa Análise de usos metodológicos de redes sociais na Internet em pesquisas científicas na área de Divulgação Científica.

A pesquisa, orientada pela professora Suzana Cunha, docente do Núcleo de Inovação e Tecnologias Aplicadas a Ensino e Extensão (Nitae²), objetivou levantar teses e dissertações na área de Divulgação Científica no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes visando identificar e analisar como as redes sociais estavam sendo usadas em processos metodológicos pelos(as) pesquisadores(as) para interagir com os grupos participantes dos estudos. 

De 933 resumos lidos, 29 teses foram selecionadas

Segundo Rebeka do Nascimento, dos 933 resumos lidos, 29 teses foram selecionadas para compor o estudo. Durante a pesquisa, foi constatado que os trabalhos analisados eram, majoritariamente, das Regiões Sul e Sudeste do Brasil. Nenhum trabalho proveniente da Região Norte foi encontrado. A estudante e sua orientadora atribuem esse resultado à ausência de programas de pós-graduação que ofereçam doutorado nas áreas de Comunicação e Informação, ou a esses programas ainda serem recentes. Além disso, as redes sociais ainda não são muito utilizadas como recurso metodológico de pesquisa para interação com os públicos participantes dos estudos, o que se concluiu pela quantidade de trabalhos selecionados.

Partindo dos usos identificados (divulgação de questionários, criação de grupos e realização de entrevistas), foram formuladas duas categorias de usos: os intuitivos e os planejados/estratégicos. Essas categorias, de acordo com Rebeka, não estão prontas, mas já apresentam algumas características: os usos intuitivos seriam aqueles que se aproximam muito do uso pessoal e cotidiano, já os usos planejados seriam aqueles em que o(a) pesquisador(a) evidencia um bom domínio dos recursos disponibilizados pelas próprias redes sociais, mobilizando-os para alcançar os objetivos da pesquisa. “O uso planejado não pode ser considerado melhor do que o intuitivo, pois isso depende muito do que a pesquisa almeja alcançar e os dois usos podem estar presentes na mesma pesquisa”, explica. 

"Com a sistematização das informações, é possível compreender melhor que usos são mais assertivos ou não, visualizar as limitações dos usos já realizados e os refinamentos possíveis. Esses fatores impactam positivamente no rigor metodológico de novas pesquisas que utilizam as redes sociais em suas metodologias, pois é possível explorar os recursos disponibilizados de modo direcionado aos fins da pesquisa", avalia a bolsista ao falar das contribuições dessa investigação( ou desse estudo) para o ambiente acadêmico.

Rebeka do Nascimento lembra, ainda, que, no contexto de pandemia da Covid-19, a utilização das redes sociais em processos metodológicos pode ser uma estratégia para a continuidade das pesquisas científicas que necessitam de interação com pessoas. 

Sobre a Rebeka: Tem 20 anos e cursa Licenciatura em História. No futuro, gostaria de dedicar-se apenas à carreira docente e, posteriormente, ingressar na pós-graduação. Quando não está na pesquisa, ela gosta de assistir a filmes, ler livros (romance e aventura), jogar e cuidar das suas plantinhas. Conselho para quem quer começar: “Acho que o primeiro passo é definir um tema de interesse, ler bastante sobre ele, acompanhar eventos relacionados e, se realmente for algo que você goste, ingressar em algum grupo de pesquisa que trabalhe com a temática”.

Sobre a pesquisa: Este estudo foi apresentado no XXXII Seminário de Iniciação Científica da UFPA, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), e agraciado com o Prêmio Horácio Schneider Destaque na Iniciação Científica da UFPA (edição 2021). Orientação: professora Suzana Cunha Lopes (Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior - PPGCIMES/NITAE2). Financiamento: Pibic/Prodoutor.

Beira do Rio edição 161

Fim do conteúdo da página