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Ensinar e aprender durante a pandemia

Publicado: Quinta, 17 de Fevereiro de 2022, 21h11 | Última atualização em Quinta, 17 de Fevereiro de 2022, 21h11 | Acessos: 679

Pesquisa apresenta dificuldades do ensino remoto no ensino fundamental

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Foto Adrielly Araújo Ilustração CMP

Os termos educação e ensino a distância têm sido muito difundidos durante a pandemia da Covid-19. A modalidade de ensino é caracterizada pela separação física e, até por vezes, temporal entre alunos e professores que se vinculam por algum meio de comunicação, desde a escrita até a utilização de meios digitais, como celulares e computadores.

A história do ensino a distância (EaD) no Brasil é longa. Em 1996, com a Lei N° 9.394, o governo regulamentou as práticas da modalidade, especificando, no artigo 4°, que o ensino fundamental seria presencial, sendo o EaD utilizado apenas como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.

A educação a distância foi desenhada para prestar atendimento, aplicar atividades, ministrar aulas e atender a outras demandas em um ambiente de aprendizado, com apoio de tutores e de recursos tecnológicos que favoreçam o ensino. Ainda que haja o uso da tecnologia, o acompanhamento presencial é necessário.

O professor de Matemática Diego Rodrigo Habr Lima pontuou essas informações na dissertação Os desafios na relação professor-aluno nas aulas virtuais de matemática no período da pandemia por Covid-19: um estudo com alunos do 9° ano do ensino fundamental, orientada pelo professor Paulo Silva.

A pesquisa, apresentada no Programa de Pós-Graduação em Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (PFMAT/ICEN), da Universidade Federal do Pará, teve como objetivo descobrir as principais dificuldades de docentes e discentes no processo ensino-aprendizagem de Matemática, especificamente do ensino fundamental (9° ano), durante o período de pandemia. 

Além disso, o autor também investigou a relação ensinar/aprender baseada em novas ferramentas tecnológicas. A coleta de dados foi realizada de forma on-line, com o uso da plataforma Google Forms. O questionário foi aplicado em turmas de uma escola privada em Belém (PA).  

Professores, corpo pedagógico e alunos responderam ao questionário 

“A pesquisa envolveu a coleta de inúmeras informações sobre o surgimento dessas ferramentas e suas utilidades, bem como uma pesquisa de campo com professores, corpo pedagógico e alunos, sobre os desafios de aprender e de ensinar durante a pandemia. Aplicamos questionários e analisamos os resultados embasados em nosso referencial teórico”, relata Diego Habr Lima.

O professor ressalta que vivencia, na prática, essa nova realidade de ensino. “Tenho sentido na pele todas essas dificuldades. Quero que, no futuro, se ainda for necessário, essas ferramentas sejam utilizadas de forma adequada. Não precisamos aguardar uma nova pandemia para inserir essa metodologia nas ações do dia a dia”, declara.

A pesquisa identificou na Educação a Distância benefícios como os custos financeiros reduzidos e a melhor administração do tempo. “Entretanto o prejuízo ocorre quando os profissionais não estão prontos e precisam se adaptar de maneira emergencial. Ministrar aulas on-line não é reproduzir uma aula presencial na frente de uma câmera”, explica o professor.

De acordo com a pesquisa, a principal dificuldade enfrentada pelos alunos nas aulas virtuais foi a falta de contato com o professor. Essa troca, na visão dos alunos, é determinante para a aprendizagem. “A forma atropelada como se deu o ensino remoto reforçou a importância das aulas presenciais e fez com que muitos alunos valorizassem o ensino. Os resultados indicam a socialização como um dos fatores importantes no ensino presencial”, comenta Diego Lima.

Na avaliação de Diego, a dissertação demonstra o quanto as ações emergenciais serviram para suprir um déficit provisório, “devemos estudar, pesquisar e nos informar para que, no futuro, possamos somar às ferramentas de ensino os aspectos positivos que o ensino remoto trouxe consigo. Os professores devem refletir sobre seu comportamento em sala de aula, sabendo que seu papel é fundamental e vai além do ensinar a disciplina”, conclui.

Beira do Rio edição 161

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