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Visualidades

Escrito por Beira do Rio | Publicado: Quarta, 08 de Janeiro de 2025, 17h50 | Última atualização em Sexta, 10 de Janeiro de 2025, 15h45 | Acessos: 133

Um olhar para as artes da técnica

Por Graziela Ribeiro Baena Foto: acervo pessoal

O fazer teatral nas Artes Cênicas se caracteriza por promover uma experiência artística “na cena” ao público presente, ou seja, “[...] ao vivo diante do espectador” (SCHEFFLER, 2019, p.23). Enquanto a ação se desenvolve diante do público, nos bastidores, uma rede de criadores contribui para aquele acontecimento. Para citar algumas dessas categorias, temos cenógrafos, cenotécnicos, figurinistas, camareiras, iluminadores, sonoplastas, entre outros.

Ao longo dos seus mais de 60 anos de existência, a Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA), que iniciou suas atividades oferecendo cursos de formação em Teatro, com ênfase em atuação, direção e dramaturgia, foi progressivamente incluindo formações nas chamadas “áreas técnicas”.

Segundo definição no site do Mercado de Indústrias Criativas (MICBR), “por trás das cortinas de um espetáculo, existem dezenas, centenas de profissionais trabalhando para que o momento da apresentação seja perfeito. Pessoas responsáveis pela sonorização, iluminação, projeção, elétrica e montagem desses espaços”(2). Acrescento que, além do trabalho operacional, muitos processos criativos são desenvolvidos pelos artistas da técnica.

As formações em Cenografia e Figurino Cênico na ETDUFPA, subunidade do Instituto de Ciências da Arte (ICA/UFPA), são qualificações de nível técnico, cada uma com duração de dois anos, e incluem disciplinas teóricas, práticas e teórico-práticas que preparam os estudantes para atuar em funções que se inserem na área das visualidades.

Com o intuito de instaurar um espaço de diálogo acadêmico (ou não) entre profissionais, estudantes, pesquisadores e demais interessados nos fazeres criativos no campo da visualidade, temos coordenado o Projeto de Pesquisa “Artesania dos Bastidores”. As sonoridades têm sido pautadas no Projeto de Extensão “Lab-Guma: laboratório de performance vocal, sonoridades e diversidades”, desenvolvido pelo professor Thales Branches.

No âmbito do ensino, as referidas temáticas são abordadas ora como formações técnicas específicas, ora como disciplinas nos cursos superiores, técnicos e tecnológico da Escola de Teatro e Dança, aprofundadas pelos projetos de extensão e pesquisa, oportunizando a atuação de estudantes bolsistas dos cursos de graduação e pós-graduação, por meio de editais locais e nacionais.

O Grupo de Estudo, Pesquisa e Experimentação em Teatro e Universidade (Gepetu), que iniciou suas atividades no ano de 2014, hoje coordenado pela professora Andréa Flores, tem se adaptado ao cenário atual de debates das políticas públicas para a cultura, ao estabelecer linhas de pesquisa abertas a esses fazeres, pois acredita-se que visualidades e sonoridades, em suas dimensões poéticas, historiográficas, educacionais e epistemológicas, representam um espaço fértil e potente para pesquisas acadêmicas e, sobretudo, possibilitam caminhos para a compreensão das “artes da técnica” na nossa região tendo em vista que o fazer artístico “na e da” cena inclui as práticas dos bastidores.

Graziela Ribeiro Baena é professora do ensino básico, técnico e tecnológico na Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará, subunidade do Instituto de Ciências da Arte. Doutora em Artes pelo PPGARTES (ICA/UFPA). Possui pesquisas com ênfase em Traje de cena, Traje de folguedo e Poéticas visuais na cena. E-mail: grazielaribeiro@ufpa.br

Beira do Rio edição 173

 

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