Cuidando dos melhores amigos
Projeto garante assistência a cães e gatos do Campus Guamá
Por Amanda Nogueira Fotos Alexandre Moraes
Na Universidade Federal do Pará, tão presentes quanto os alunos, são os cães que vagueiam do primeiro ao sexto portão do Campus Guamá. Para dar a assistência necessária aos mais de 200 cães e gatos da Universidade, surgiu o Projeto Peludinhos da UFPA, cujo objetivo é melhorar a qualidade de vida desses animais e a interação deles com os humanos. “Hoje, funcionamos como uma rede de proteção que cuida de animais restritos do campus”, explica uma das coordenadoras do projeto, Elizabete Pires. Com o propósito de provocar adoções responsáveis, voluntários cuidam desses animais para que eles se mantenham saudáveis e tenham a oportunidade de ter uma família.
O projeto funciona com uma equipe restrita de voluntários (apenas sete pessoas tomam conta de todos os peludinhos). A fundadora do projeto, Suelly Palheta, é a encarregada de distribuir ração pela Universidade todos os dias. “Alimentação tem tudo a ver com um bom sistema imunológico e evita que eles adoeçam, mas sabemos que isso é difícil, já que eles estão muito expostos”, aponta Elizabete Pires.
O cuidado com a saúde dos animais faz parte da saúde pública, já que eles interagem constantemente com as pessoas que frequentam a cidade universitária, por isso é importante que eles se mantenham sempre sadios, para que essa interação entre humanos e animais seja sempre saudável. “No Projeto Peludinhos, são diversas pessoas lutando fortemente pela vida desses animais”, afirma a coordenadora.
A assistência é feita de acordo com a necessidade de cada animal. Eles são recolhidos apenas quando precisam de curativos ou de algum atendimento especial, como alimentação forçada ou medicação com horário. “Com a assistência, queremos não só melhorar as condições de saúde, mas também aumentar as adoções e realizar as castrações para diminuir o número de filhotes na Universidade”, diz Elizabete Pires.
Em alguns momentos, a equipe precisa da orientação de um veterinário. Nesses casos, é o projeto que paga o serviço desse profissional. “Tudo isso tem um custo alto. Como existe uma carência de transportes, é preciso que alguém se prontifique ou então pagamos um táxi para levarmos o animal até uma clínica”, relata a coordenadora.
Adoção e apadrinhamento são opções para quem quer ajudar
Os recursos financeiros vêm de doações das pessoas que simpatizam com a causa e auxiliam com transporte, consultas e alimentação. “Na UFPA, temos professores que nos ajudam muito, mas, infelizmente, os recursos ainda são muito restritos”, lamenta Elizabete Pires.
Além de ração, os peludinhos precisam de lençóis, toalhas e material de limpeza. “Eu costumo dizer que o projeto é abençoado, pois sempre contamos com a ajuda de um ‘anjo’ que vem e faz uma doação nos momentos de necessidade”, comemora a coordenadora.
Para angariar recursos e combater os maus-tratos aos animais, o projeto produziu um calendário com artistas locais, como Gina Lobrista, Lia Sophia, Pinduca, Juliana Sinimbu e vários outros. “Foi uma experiência enriquecedora para os dois lados, o depoimento dos artistas foi de carinho, amor e entrega ao projeto”, conta Elizabete.
Os animais que apresentam problemas de hostilidade e causam dificuldades no dia a dia do campus são retirados do local para tratamento. De acordo com Elizabete Pires, não é o mais adequado, “eles precisam de um lar, de família, de carinho, mas dentro das circunstâncias, nós procuramos dar dignidade a eles”.
De acordo com a coordenadora, os maus-tratos ainda são algo muito presentes na UFPA. Existem casos em que pessoas espancam os animais e destroem as vasilhas em que eles se alimentam. Para reverter essa realidade de violência, a coordenação do projeto realiza palestras enfatizando a afetividade. Para Elizabete Pires, a interação entre humano e animal é sempre uma interação de amor.
Os interessados em adotar ou apadrinhar um peludinho devem entrar em contato com a coordenação. “Temos padrinhos que mensalmente ajudam seus afilhados, e nós enviamos fotos para que eles acompanhem o desenvolvimento do animal”, conta Elizabete Pires.
A adoção só acontece depois que o interessado passa por uma entrevista. “Perguntamos se a pessoa tem condições de cuidar de um filhote e como é a dinâmica familiar. Precisamos ter certeza que ele vai ter carinho e que a sua saúde será preservada. No projeto, temos cães com personalidade e com perfil para qualquer tipo de humano”, conclui a coordenadora.
Serviço:
Acompanhe as ações do projeto:
Facebook: facebook.com/peludinhosufpa
Instagram: @projetopeludinhosufpa
Para adquirir calendários e camisetas:
(91) 991753009
Ed.135 - Fevereiro e Março de 2017
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