Educação ambiental nas escolas
Jogo eletrônico discute questões ambientais no ensino fundamental
Por Amanda Nogueira Fotos Acervo do Pesquisador
Procurando conscientizar crianças sobre os problemas ambientais, alunos do Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Pará, no Campus Ananindeua, criaram o jogo educativo Sábio. Ele foi pensado como um recurso didático para ser utilizado por professores do ensino fundamental, como facilitador para discussão de questões ambientais.
Orientada pela professora Eliene Lopes, a equipe, formada por Verena Ribeiro, Beatriz Veras, Francisco Costa, Levi Pacheco e Ney Cristina Oliveira, desenvolveu o jogo como atividade final para o projeto integrado das disciplinas Ciência Ambiental, Metodologia da Pesquisa Científica e Tecnológica e Introdução à Ciência e Tecnologia. “Os estudantes associam os conhecimentos dessas disciplinas e selecionam os temas de suas pesquisas conforme suas aptidões e interesses”, explica a professora.
O Sábio tem como objetivo alertar sobre a importância de preservar o meio ambiente com ações do cotidiano. “Estávamos estudando Ciência Ambiental, a poluição do solo e das águas, quando tivemos a ideia de utilizar esse conhecimento para criar o jogo”, afirma a aluna Verena Ribeiro. De acordo com Verena, o Sábio possui esse nome porque a sua missão é transmitir sabedoria. “Também esperamos que o jogo contribua para mostrar o potencial dos alunos do Bacharelado em Ciência e Tecnologia, proporcionando oportunidades de estágios e trabalhos futuros”, afirma a professora Eliene.
O jogo é composto por quatro fases, nas quais o jogador precisa vencer os inimigos e, ao final de cada etapa, recebe uma mensagem com informações ambientais relacionadas à região do Pará. Além das fases, o jogo possui uma aba que ensina como fazer a coleta seletiva: indica as cores correspondentes a cada material e onde descartar cada um deles. O jogo, que já foi apresentado no Encontro de Ciência e Tecnologia do Campus Ananindeua, está disponível para download gratuito na Google Play e na Chrome Web Store, podendo ser usado em qualquer tipo de computador.
Cenários conhecidos tornam a interface mais atraente
A aluna Verena Ribeiro foi a responsável pelo desenvolvimento do jogo. “Fiquei com a parte do desenvolvimento porque eu já tinha experiência na área de tecnologia. Cada componente da equipe foi responsável por elaborar uma fase”, explica a estudante. Para definir o nível de dificuldade de cada fase, a equipe contou com a colaboração da pedagoga Janise Viana, também do Campus Ananindeua.
As fases possuem como cenários locais conhecidos por seus problemas ambientais. “Na primeira fase, mostramos Paragominas, que já foi o município com mais desmatamento da Região Norte. Os inimigos dessa fase são o fogo e os tratores que desmatam as florestas”, explica Verena. A segunda fase tem como tema a poluição do ar. O cenário é a Avenida Nazaré, com seu trânsito intenso. Nessa fase, o jogador precisa vencer o dióxido de carbono (CO2) que sai dos veículos. A terceira fase aborda a poluição do solo, e o cenário escolhido foi a Feira do Paar. Aqui, os inimigos são o chorume e os ratos associados ao lixo. Por fim, na última e mais difícil fase, o jogador precisa combater os detritos presentes na água de Outeiro.
O Sábio foi testado em uma visita à Escola Rainha da Paz, em Belém, com um grupo de 17 alunos, com idades entre 9 e 11 anos. A equipe teve a possibilidade de apresentar o jogo para as crianças e exibir um vídeo sobre conscientização ambiental. “A receptividade foi muito boa, pois as crianças já possuíam uma noção sobre reciclagem e alguns problemas ambientais”, afirma Verena Ribeiro.
“Um dos principais resultados do trabalho é a certeza de que os estudantes envolvidos nesse projeto se tornaram mais conscientes do seu potencial como agentes de transformação social”, afirma a professora Eliene Lopes. A equipe pretende expandir e atualizar o jogo para introduzi--lo em outras escolas.
Ed.139 - Outubro e Novembro de 2017
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