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Aplicativo facilita mobilidade no Campus Belém
Por Armando Ribeiro Fotos Alexandre de Moraes / Reprodução
Facilitar a locomoção pelo campus UFPA Belém foi o principal objetivo do aplicativo Smart UFPA, desenvolvido pelo Laboratório de Visualização, Interação e Sistemas Inteligentes (LabVIS). O seu download já está disponível na Play Store para celulares com sistema operacional Android versão 4.1 ou superiores.
O aplicativo consiste em um mapa on-line da UFPA. Nele existem filtros, que contam com o rastreamento de diversos locais da Universidade, como banheiros, bibliotecas, restaurantes, auditórios e a rota do circular. Também existe a barra de busca, caso o usuário queira procurar um lugar específico. “Esse foi o primeiro passo para facilitar o cotidiano da comunidade e fornecer informações úteis sobre os locais e serviços da Universidade”, conta Kaê Uchôa, estudante do curso de Ciência da Computação e desenvolvedor do aplicativo.
Em uma das etapas para validação do aplicativo, foi verificada a existência de poucos mapas físicos na UFPA e os que existiam possuíam informações insuficientes e condições precárias. Assim, uma das metas da equipe é implantar um método que facilite o ir e vir de quem estuda, trabalha e visita a Universidade. “Quando eu era calouro, não sabia como chegar ao meu Instituto e, ainda hoje, sinto dificuldade em encontrar alguns lugares aqui, no campus”, relata Ederson Coutinho, graduando no curso de Engenharia Mecânica, que enfatiza a importância de iniciativas como esta: “geralmente, enquanto ando pelos corredores, as pessoas me param para pedir informações e, muitas vezes, eu não sei exatamente o que responder. Ações como esta nos ajudarão a otimizar nosso tempo e a evitar transtornos”, avalia.
Já para o estudante Jairo Filho, do curso de Ciência da Computação, que utiliza o aplicativo nas suas atividades, os maiores beneficiados são os visitantes e aqueles que ainda estão conhecendo a Universidade. “Logo que entrei na UFPA, precisei encontrar o Auditório Setorial e não fazia ideia de onde ele ficava. Fiquei completamente perdido! Os aplicativos de mapas normais não te guiam dentro dos locais, eles apenas te ensinam como chegar, e a UFPA é um mundo. Então, acredito que esse aplicativo vai ajudar muito quem vier para algum evento ou estiver apenas de passagem”, afirma Jairo.
Opinião de usuários ajudou a aperfeiçoar o aplicativo
A pesquisadora convidada, Ana Régia Neves, que orientou o desenvolvimento do aplicativo, informa que o Smart UFPA já terminou sua fase inicial, em que foi feito um questionário on-line com a pergunta “Qual sua maior dificuldade ao andar pela UFPA?”. Depois disso, foi realizado um workshop com os calouros do curso de Ciência da Computação. Essas medidas serviram para o levantamento de problemas e possíveis soluções para resolvê-los. “Fizemos essas etapas para termos um norte de por onde começar e optamos pela mobilidade e localização”, explica a pesquisadora.
A participação e a colaboração da comunidade foram de extrema importância para o andamento do projeto. Ana Régia Neves comenta que a equipe teve como base o método crowdsourcing, que usa o conhecimento coletivo para solucionar os problemas cotidianos, a fim de engajar e melhorar a colaboração da população. No aplicativo, isso se insere por meio da enquete realizada, em que as pessoas puderam relatar suas principais dificuldades.
A orientadora ainda revela que o aplicativo é apenas o primeiro passo da iniciativa chamada Smart Campus UFPA, que pretende utilizar a Universidade como ambiente de experimentação de alternativas que possam ser adaptadas às cidades, ou seja, as ações feitas dentro da Universidade, se bem recebidas, podem ser escalas para serem transferidas à cidade como um todo. “Nós queremos melhorar o ambiente universitário, tornando-o mais eficiente e agradável por meio do uso de tecnologias e da participação ativa da comunidade. Com isso, visamos tornar a UFPA uma referência na iniciativa de campus inteligente”, afirma Ana Régia.
Crowdsourcing possibilitará criação de novas funções
Com a primeira parte do projeto concluída, Kaê Uchôa explica que está trabalhando para aprimorar mais o conceito de crowdsourcing no aplicativo. “Nosso próximo passo é possibilitar que os usuários possam fazer a adição de pontos no mapa. Existem muitos locais que nós não conhecemos, então não poderíamos inseri-los. Quando essa fase terminar, o próprio usuário poderá inserir o lugar, porém, como precaução, quando a pessoa adicionar a informação, nós receberemos uma notificação para fazermos a validação”, explica.
Um dos maiores anseios do acadêmico Jairo Filho é com relação ao ônibus circular. “Nós nunca sabemos quando ele vai passar ou se ainda vai demorar”, relata. Segundo os desenvolvedores do projeto, esse desejo do estudante confere com o que foi encontrado no questionário. Em razão disso, Kaê está criando uma função no aplicativo por meio da qual as pessoas possam informar a localização do transporte e, após essa etapa, fazer o rastreamento, via GPS, do ônibus.
A intenção do aplicativo é funcionar como um campus on-line, com informações relevantes e acessíveis. Para isso, a equipe planeja trabalhar na criação de perfis de usuário, notificações sobre eventos que ocorram na Universidade e inserção do cardápio do Restaurante Universitário. “Queremos que ele seja vantajoso para todos e, para isso, queremos inserir informações para pessoas com deficiência, como a localização de banheiros acessíveis e rampas de acesso”, conclui Kaê.
Ed.141 - Fevereiro e Março de 2018
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